The Town Hall recebe Ney Matogrosso
Ney Matogrosso no The Town Hall NYC
Matogrosso se apresenta em sua forma mais despojada de todos os tempos, apenas com o piano de Leandro Braga, um dos maiores acompanhantes e arranjadores do Brasil.
BT – Qual sua expectativa com relação ao seu show “Desconectado” aqui em NY? Haverá uma participação especial da Ícone do Fado Português MARIZA. Qual foi o motivo para o convite, uma vez que muitos o consideram a “lenda do Glam-Rock brasileiro”.
O espetáculo será somente com os clássicos da música popular brasileira. Será um show bem curtinho, mas estou aumentando e vou adicionar mais músicas que já cantei. Fiz despretensiosamente, eu e o Leandro Braga.
A fadista Mariza recebeu o convite e solicitaram-na que convidasse duas pessoas da língua portuguesa, assim ela chamou-me a um africano que ainda não conheço. Mariza disse que gostaria de cantar comigo e chegando por lá, vamos ensaiar porque esta questão de tom é um tema complicado, mas vou adorar cantar com ela.
BT – Você lançou o livro de suas memórias, intitulado “Vira-lata de raça” (Editora Tordesilhas), com texto de Ramon Nunes Mello. Por que esse título “Vira-lata de raça”?
“O Vira Lata de Raça” já saiu há um tempo e, atualmente, já temos a biografia. Porém, o “Vira Lata de Raça” começou como uma autobiografia onde busquei todas as minhas entrevistas, pois tenho entrevistas guardadas desde os anos 70. Então partiu de uma coisa assim, e como não sou escritor, foi solicitado a um poeta que escrevesse o livro e também, terminei por conceder duas grandes entrevistas a fim de finalizar o livro.
BT – Você é cantor, iluminador, diretor e ator de cinema e já passou dos 75 anos, na verdade 81 anos. Como explicar esse vigor e ainda esse corpo magro e bem definido?
Eu consigo cantar, tenho muita energia, muita vivacidade e a minha mente está muito boa, porém eu me cuido para isso. Faço ginástica diariamente, como pouco, não por dieta, mas porque não gosto de comer muito. E tenho uma cabeça boa, acredito que eu seja uma pessoa fácil de lidar. Não sou problemático e, também, não tenho o hábito de fazer dramas, pois já passei por muitas situações difíceis, porém acredito que tudo o que passei já ficou para trás. Não carrego nada comigo. Na minha visão de mundo, creio que cada dia é um dia e vamos ver como será este dia e pronto. Não tenho apegos e também não sou saudosista.
BT – Quando surgiu Ney Matogrosso nos idos 1971 em meio a uma ditadura. Você foi considerado andrógino pela maquiagem, figurino e sua voz de tenor agudo, chocando a sociedade da época. Como você vê essa sua trajetória e essas quebras de tabus?
Ah.. é uma liberação teórica, pois nosso país é o que mais mata LGBTQI+ . Bom, eu fiz porque eu queria enfrentar aquilo, aquela sociedade com seus tabus e preconceitos.
BT – Enfim, você está disposto a fazer mais shows por aqui e também ao redor do mundo?
Eu estou disposto a fazer todas as vezes que me chamarem, mas isso não é uma meta em minha vida. (risos) Você sabe, o Brasil também não era uma meta em minha vida e estou trabalhando até hoje (mais risos). Eu viajo sempre para EUA e Europa e, sempre que solicitado, irei com prazer.
Ney Matogrosso, agradecemos pela gentileza de seu tempo conosco. O Brazilian Times deseja saúde e muito sucesso!
THE TOWN HALL NYC
(entre as ruas 6th Ave and Broadway)
New York, NY 10036
Jornalista, Colunista e Editora do portal NA MIDIA; Colunista no Brazilian Times NY e High Profile Magazine London. Diretor Internacional da FEBRACCOS Federação Brasileira de Colunistas Sociais; Vice Presidente da APACOS Associação Paulista de Colunistas Sociais; Delegada Regional para São Paulo da ANI Associação Internacional de Imprensa; e membro da Worldwide Association of Female Professionals; Imortal na Academia de Artes Ciências e Letras de São Paulo
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